Edição 15- TESOURARIA, PAGAMENTOS E RECEBIMENTOS

   EDIÇÃO 15 -  ECONOMIA POSITIVA                                                                           18/03/2021


       Um bom dia para o "eu" do futuro e para os leitores que um dia  tenham o azar de vir aqui parar.

       Mais confinado que a Rapunzel, e com uma dose assustadora de aborrecimento que invade a minha vida, começa assim mais uma edição de Economia Positiva.

       Atualidade económica, social e política

    - Governo aprova Estratégia Nacional Anticorrupção 2020-2024. Fonte: Portugal-gov

    - Bazuca dá 50 milhões para a nova ponte do metro do porto. Fonte: JN

    - CTT exigem ao Estado dupla compensação. Fonte: Jornal de negócios


      Tesouraria, pagamentos e recebimentos

      Nesta edição decidi pensar sobre a tesouraria das empresas e de que forma é que devem agir sobre os recebimentos e pagamentos.

      Na minha opinião, a tesouraria é como o kit de primeiros socorros de uma empresa. A tesouraria funciona essencialmente com o fluxo de pagamentos e recebimentos, sendo que de modo a ter uma empresa mais sólida, é importante que os recebimentos sejam superiores aos pagamentos.

      Decidi não utilizar os conceitos de ativo e passivo (correntes) porque é fundamental que quem não percebe nada de contabilidade, entenda o que está escrito.

      Aos alunos de gestão é-lhes ensinado que uma empresa deve receber o mais rápido possível e pagar o mais tarde possível. Será esta uma boa metodologia para gerir a tesouraria de uma empresa?

      A minha resposta a esta questão é: depende. Percebo este conceito, uma vez que traz uma lufada de ar fresco para a empresa e permite gerar mais dinheiro. Se eu tiver dinheiro agora, mesmo tendo que pagar seja o que for, posso sempre usar esse dinheiro para me gerar mais dinheiro e depois sim, pagar a minha dívida. É o caso dos supermercados e funciona bastante bem, recebem a pronto e pagam a prazo, negócio incrível do ponto de vista da tesouraria. Isto está correto, porém há casos em que uma empresa ganha em pagar rápido.

      Novamente, as empresas funcionam com base na interdependência de fornecedores, colaboradores e clientes. Interdependência é um conceito muito importante que devia estar tatuado em todas as empresas. Ora, se o meu fornecedor me concede um desconto relativo ao pagamento a pronto, porque não aproveitar? Compreendo que para isso a empresa tem de estar sólida ou ter um fundo de maneio que permita pagar a colaboradores, Estado e fornecedores. Nestes casos de pagamento a pronto é necessário tambem que os clientes paguem rápido porque de outra forma não funcionaria, como é óbvio. 

      Não estou a dizer que as empresas devem comprar a pronto, obter o desconto e guardar material em armazém. Isso é uma técnica que hoje em dia não me parece muito aconselhável, em armazém as coisas estão paradas, não está a acontecer nada e o mercado é muito incerto. O dropshipping parece-me a solução mais eficaz que vem dar força a esta tese. As empresas devem então comprar a pronto se o desconto obtido compensar (durante o prazo de utilização do bem)  e  o que lhes trouxer benefício a curto prazo. Vou exemplificar; vamos supor que uma empresa quer comprar uma máquina e até tem dinheiro para a pagar a pronto. O preço da máquina são 10 000€, a empresa irá utiliza-la todo o ano e será uma fonte de rendimento que acabará por se pagar a si própria em meio ano. O fornecedor concede um desconto de 10%  na compra a pronto. A empresa assim aceita essa opção e paga a máquina. A empresa ganhou ou perdeu dinheiro? Posso estar errado, mas aos meus olhos acabou por ganhar dinheiro, ganhou os 1000€ de desconto e ainda lucrou no prazo seguinte à máquina se ter pago a si própria.

     Isto não funciona com qualquer bem, há sempre a possibilidade de cometer um erro e acabar por ter um mono. 

     De realçar que esta abordagem pode ser completamente errada e quando tiver mais maturidade achar que isto é ridículo, ou não.


      João Barros

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